Rebeca

Autor: Daphne du Maurier
Título Original: Rebecca

Editor: Livros do Brasil

Páginas: 349

ISBN13: 978-972-38-0888-9

Tradutora: Alda Rodrigues

Sinopse: Publicado em 1938, Rebecca é talvez o romance por que Daphne du Maurier é hoje mais lembrada. Ao lê-lo entramos numa atmosfera onírica, sombria, alimentada por segredos que os códigos sociais obrigam a permanecer ocultos e que se concentram na misteriosa mansão Manderley. É para esta mansão que a narradora, uma jovem humilde, vai viver com o viúvo Maxim de Winter, ao aceitar o seu pedido de casamento. Mas então descobre que a memória da falecida esposa, Rebecca, se encontra ainda viva e que esta era tudo o que ela nunca será. À medida que o enredo se desenvolve, ela terá de redefinir a sua identidade num cenário em que os sonhos ameaçam tornar-se pesadelos…

Comprei este livro na feira do livro do Porto deste ano, pelas óptimas críticas que recebeu de outros blog's e que tive a oportunidade de ler; na altura estive reticente a ler, não conhecia a autora, nem outros livros dela, nem fazia ideia da fama que obteve ao longo dos anos... Por mim, provavelmente estaria ainda nas prateleiras se a não fosse o alvo da leitura conjunta que fiz com a minha tia.

A minha edição é já antiga e não a que foi reeditada recentemente pela Editorial Presença, por isso, ao olhar para a capa já a separar-se do resto do livro, e o tipo de letra deste que me fez lembrar as antigas máquinas de escrever, não tinha a ideia da beleza do livro.

Todo o livro é contado na primeira pessoa e ao contrário do que pensava Rebeca não é o nome da narradora/personagem principal, que curiosamente nunca o sabemos, fica lançado assim a intriga e o enredo ganha vida... A personagem principal é uma jovem inocente e tímida que servia de assistente a Mrs. Van Hopper, uma senhora de idade que deseja conhecer todas as figuras importantes da sociedade e ganhar assim fama. Encontramo-las em Monte Carlo, onde a nossa jovem personagem encontra Maxim de Winter, um homem mais velho que se encontra à procura de novos ares depois de ter ficado viúvo.

A paixão invade estas personagens que decidem casar, e que depois de umas férias ao largo de Itália, voltam a casa de Maxim, em Inglaterra, a famosa Manderley. Ao chegarem, a presença da antiga Mrs. Winter - Rebeca - falecida nem há um ano, encontra-se em cada recanto da mansão, em cada objecto e em cada ser vivo: nos empregados, nos dois cães de Maxim e até nas flores, provenientes do maravilhoso Vale Feliz ou dos Jardins da Rosa.

Assim começa a obsessão da recente Mrs. Winter, que vê a perfeita imagem de Rebeca sempre que começa a sua rotina, sempre que olha para Maxim e especialmente na aterradora Mrs. Danvers, a antiga empregada de casa e de todos a mais chegada a Rebeca...

Acaba aqui a minha narrativa para não entrar em spoilers, mas posso garantir que o enredo torna-se imprevisível, surpreendendo o leitor ao virar de cada página.

É a escrita de Daphne du Maurier que torna impossível largar o livro, sublime e fortemente apaixonante, esta está presente em todos os parágrafos, quer na descrição da fantástica Manderley e dos seus bosques e enseadas, quer na construção das personagens, Daphne consegue mostrar o passado, presente e futuro, conjugados em perfeita harmonia, e demonstra brilhantemente a luz e as trevas que rodeiam o livro, sem nunca exagerar ou se perder, exactamente no ponto certo que dificilmente imaginaria melhor...

Rebeca, foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos, que não me lembro de nenhum outro que me fez transportar tão facilmente para entre as páginas, o leitor sente-se ele mesmo a percorrer as divisões de Manderley, a passear entre os bosques e jardins, e até mesmo o forte cheiro a água salgada chega-nos aos sentidos...
Agora, ao olhar para a capa que inevitavelmente se descolou das páginas e a letra escrita de maneira antiga, transcendo para Manderley e é por isso que na primeira opinião que escrevo neste blog, dão a este livro a classificação máxima!

Nota: 10/10 - Obra-prima

Sinopse: