As Estantes Azuis
Um lugar de dedicação aos livros e a tudo o que eles nos ensinam. Mas não só, venham descobrir...
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
The best cup of coffee to warm you for this Christmas
Podem vê-la originalmente aqui.
Espero que gostem e que partilhem com os vossos amigos.
Tenho a certeza que vão adorar fazer esta bebida reconfortante e saborosa!
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Kenny & o Dragão
Autor: Tony DiTerlizzi
Título Original: Kenny & the Dragon (2008)
Editora: Editorial Presença
Páginas: 168
ISBN13: 978-972-234-408-1
Tradutor: Isabel Gomes
Sinopse: O que fazer quando o nosso novo amigo foi considerado como um flagelo pela comunidade a que pertencemos e marcado como um alvo a abater? Perguntem ao Kenny, o jovem coelho. Foi o que aconteceu quando, na pequena aldeia de Roundbrook, se começou a ouvir falar de um dragão à solta pelos campos. O próprio Rei convoca um exterminador de dragões para tratar do assunto com a maior urgência.
Este pequeno livro é um simples conto, que num par de horas fica lido e pouco traz de novo ao mundo de histórias juvenis.
Kenny é um jovem coelho que vive com os seus pais longe da aldeia de Roundbrook, no campo. Diferente dos seus colegas, Kenny gosta muito de literatura, das ciências e da escola, sendo o seu melhor amigo, o dono da única livraria da aldeia de Roundbrook, George.
Chega, assim, o dia em que Kenny é confrontado com uma das criaturas fantásticas que leu no seu Bestiário emprestado, um dragão.
Contudo, como se apercebe logo, este dragão é completamente diferente daqueles que são descritos no livro. Grahame, o dragão, ao contrário dos seus irmãos mortos que adoram devorar donzelas, adoro a leitura, as artes e a comida confeccionada (como, por exemplo, leite creme). Ora Kenny sente imediatamente empatia com esta "besta" e tornam-se melhores amigos, passando os dias a interpretar papéis de Shakespeare, a ler livros de feiticeiros e a jantar os maravilhosos pratos da mãe de Kenny...
Infelizmente tudo muda quando a notícia da proximidade de um dragão da aldeia de Roundbrook leva os seus cidadãos ao pânico e à contratação de um exterminador de dragões, o melhor do reino e com um pedido especial do rei!
O livro não traz nada de novo, como seria de esperar, a história é previsível tornando-se enfadonho a sua leitura, contudo o ponto principal deste livro (que me levou a ler) foram as fantásticas ilustrações do autor, já conhecidas d' "As Crónicas de Spiderwick", que sempre adorei.
Nota: 5/10 - Satisfaz
domingo, 26 de dezembro de 2010
Os Homens que Odeiam as Mulheres
Henrik Vanger é um grande empresário na reforma com um passado familiar conturbado que anda obcecado há 40 anos com o desaparecimento da menina dos seus olhos, a sua sobrinha Harriet Vanger. Desapareceu sem deixar testemunhas, qualquer prova, mas Henrik está convencido que foi assassinada. Aproveitando-se da problemática situação em que se encontra Mikael, Henrik pede-lhe para escrever um livro sobre os podres da família Vanger, como desculpa para investigar o desaparecimento de Harriet.
Lisbeth Salander é a Rapariga da Tatuagem de Dragão, e é uma investigadora excepcional e irreverente, com muitos trunfos na manga, que irá juntar forças com Mikael para deslindar o mistério da família Vanger.
A trilogia Millennium, como é conhecida, trata-se do mais recente fenómeno editorial, nos últimos anos, em parte, penso eu, devido à morte prematura do seu autor, Stieg Larsson, pouco tempo após este ter entregado os manuscritos dos três volumes à sua editora. “Os Homens que Odeiam as Mulheres”, trata-se do primeiro volume e nele conhecemos duas personagens centrais que nos acompanharão em redor desta narrativa policial.
A primeira, Mikael Blomqvist é um jornalista de investigação económica e co-proprietário da revista Millennium, juntamente com Erika Berger e Christer Malm. A segunda trata-se de Lisbeth Salander, uma jovem com um passado problemático que a tornou extremamente insensível às emoções e às pessoas que a rodeiam, sendo um perfeito “sinónimo” de um ser anti-social; contudo é dotada de capacidades únicas que lhe valeram uma carreira de investigação numa das mais conceituadas empresas de segurança da Suécia, especializando-se em investigações de âmbito pessoal levadas até ao mais profundo segredo de cada pessoa.
O enredo começa com Mikael a ser acusado de difamação de um influente financeiro, sendo condenado a três meses de prisão por causa dos seus actos. Esta acusação e consequente pena ressaltam na credibilidade da Millennium, levando-o a afastar-se das suas funções temporariamente.
Pouco tempo depois é contacto por Henrik Vanger, um (ex-)poderoso industrial do Grupo Vanger, com o pretexto de o contratar para escrever a crónica da família, contudo o motivo verdadeiro da sua missão é a descoberta dos acontecimentos que levaram ao desaparecimento da sobrinha-nega de Henrik, Harriet.
Num dado momento as linhas condutoras de Blomqvist e Lisbeth unem-se, levando o mistério a aprofundar-se e a trama a desenrolar, tudo através da fantástica leveza de escrita do autor, que nunca se torna monótona ou infantil, mas pelo contrário, leva o leitor a “devorar” as páginas deste livro.
Há que dar pontos pela brilhante caracterização das personagens principais, especialmente de Lisbeth, que, como já puderam adivinhar, apesar da sua personalidade leva-nos a sentir uma imediata empatia por ela. Quanto ao mistério, cerca de 40% deste fui capaz de conceber previamente (sem contar, claro, com todos os pequenos pormenores que Larsson nos presenteia no fim), os outros 60%, por estar tão embrenhado nas personagens não fui capaz de completar a trama, ficando agradavelmente surpreendido com a genialidade do autor.
Um livro de que gostei muito! Um livro que está mais do que recomendado!
Só espero que os próximos volumes sejam igualmente agradáveis…
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Boas Festas!
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
O Livro das Coisas Perdidas
Autor: John Connolly
Título Original: The Book of Lost Things (2008)
Editora: Bertrand
Páginas: 304
ISBN13: 978-972-252-146-8
Tradutor: Catarina Andrade
Sinopse: Quando David, um menino de doze anos, se refugia do seu sofrimento nos mitos e contos de fadas de que a sua mãe, agora morta, tanto gostava, percebe que o mundo real e a fantasia se confundem. É então que começam a acontecer coisas más. E chega o Corcunda. David é violentamente impelido para uma terra habitada por heróis, lobos e monstros, cujo rei guarda os seus segredos num livro lendário... O Livro das Coisas Perdidas.
Tudo o que podes imaginar é real.
"O Livro das Coisas Perdidas" foi a surpresa deste ano... Quando digo surpresa, não quero afirmar que foi o melhor do ano, apenas que me surpreendeu em todos os aspectos, a nota atribuída, contudo, reflecte a história.
Comecemos com o grafismo da capa, achei-o fenomenal muito bem conseguido, atractivo e claro (aviso que a fotografia não lhe faz justiça). A sinopse foi igualmente interessante, como puderam ler, contudo não o li logo a seguir à sua compra. De facto, adquiri esta preciosidade na Feira do Livro (Porto) deste ano, mas com tantas outras obras, a escola e mais algumas coisas, só neste último mês do ano é que senti a tentação "chamar" forte de novo...
O autor apresenta-nos desde o início aquela que será a personagem condutora desta narrativa, David, um miúdo de doze anos a viver em Londres na época da segunda grande guerra mundial, com os seus pais. David é dedicado e adora livros, especialmente pela sua mãe gostar também, tornando-se a leitura um laço muito importante entre eles.
Infelizmente a sua mãe sofre de uma doença neurodegenerativa que lhe rouba as suas capacidades mentais levando David, cada vez mais, a alienar-se do mundo com os seus contos de fada e mitos, até ao fatídico dia da inevitável morte da mãe.
Alguns meses mais tarde o seu pai conhece Rose. Esta acaba por ficar grávida, levando ao nascimento de George, ao casamento entre eles e à mudança dos quatro para a casa de família de Rose situada para lá dos limites da cidade de Londres. Contudo, com tantas mudanças na sua vida, David acaba por enveredar no seu intimo e aos poucos o mundo real distancia-se, até ao momento que houve a sua mãe a chamar por ele, pedindo que a resgate, levando-o a ultrapassar a barreira para outro mundo, localizada no jardim afundado da casa!
Nesse mundo invulgar, conhecemos personagens únicas rodeadas por uma vida de terror e sombras e é com as suas vozes que entendemos cada vez mais este universo e as histórias da sua génesis (que são, à falta de melhor explicação, twists dos contos de fada por nós conhecidos).
Entre as personagens que conhecemos encontra-se o Corcunda, para mim, muito bem concretizado, que juntamente com David "conduz" a narrativa. Pouco mais digo deste enredo senão o próximo leitor perderia muito da descoberta, porém, advirto que a conclusão final, para os mais atentos ou habituados a este género de história, torna-se aparente a partir de certa altura...
Muito bem escrito, uma linguagem que flui e nos leva a virar páginas e, ainda, capítulos curtos, como eu gosto, cujos títulos são muito apelativos (fizeram-me lembrar a mesma construção de "A Rapariga Que Roubava Livros"). Recomendo!
Nota: 7/10 - Bom
sábado, 18 de dezembro de 2010
Cinefilia II
Apesar de ser um fã desta magnifica saga (tanto dos livros como dos filmes) nunca pensaria gastar uma fortuna (penso eu, apesar de não ter ideia do seu custo actual) por estas edições especiais da versão cinematográfica. Contudo a oportunidade apresentou-se e eis agora as minhas preciosidades:
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
À Espera no Centeio
É-nos narrado neste livro de cerca de 230 páginas os três dias de gazeta de Holden Caulfield em Nova Iorque depois de ter ...more
Confuso, inseguro, incapaz de reconhecer a sua própria sensibilidade e fragilidade, Holden percorre nesses dias um intrincado labirinto de emoções e experiências, encontrando as mais diversas pessoas, como taxistas, freiras e prostitutas, e envolvendo-se em situações para as quais não está preparado.
À Espera no Centeio é contado na primeira pessoa. Ao fazer esta opção, Salinger introduz na literatura americana os recursos da oralidade, com a linguagem espontânea, o calão, os palavrões, o bordão das repetições frequentes, o humor inconsciente, procedendo a uma verdadeira revolução literária, que tornou o livro num clássico da literatura americana do pós-guerra.
A história contada por este jovem de dezasseis anos, num tom marcadamente adolescente possui, contudo, algumas preciosidades dignas de nota. De referir a facilidade de compreensão do ponto de vista de Holden (que segundo li em várias críticas é levado aos extremos, ou seja, "amamos e odiamos") e a fluidez da passagem entre o espaço físico e a sua mente.
Nota: 7,5/10 - Muito Bom
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
O Veneno de Ofiúsa
Sinopse: Numa luta entre deuses e homens, só os verdadeiros heróis poderão fazer a diferença. Chegou o tempo há muito anunciado em que os deuses deverão partir e deixar o destino da Terra entregue aos homens. Mas nem todos os deuses aceitam fazê-lo, e um terrível conf lito entre homens e divindades é inevitável. É neste cenário que dois jovens guerreiros, Anio e Camal, percorrem a Lusitânia em busca do guardião da joia da Deusa-mãe - uma pedra capaz de aniquilar as próprias divindades. Inspirado nos povos pré-romanos da Península Ibérica, "O Veneno de Ofiúsa" é uma viagem para um tempo mágico há muito esquecido. Estás preparado para a guerra com os deuses?
Iniciei a leitura de "O Veneno de Ofiúsa" com algumas expectativas, pareceu-me no início uma história interessante, num contexto histórico que me atraiu bastante: Hispânia de XI a.C.
Desta época pouco sei ou conheço das aulas de história, logo estava interessado e ainda o facto de o autor explorar a história portuguesa, a Lusitânia, em conjunto com o nosso imaginário. O meu erro foi ter-me esquecido que se tratava dum livro para um público mais jovem...
Ora, Anio e Camal são dois jovens de uma das várias tribos dos Galaicos que aspiram a tornar-se guerreiros valorosos e líderes respeitados, contudo acontecimentos recentes levam-nos a enveredar por caminhos diferentes. O actual chefe da sua tribo (lugar reservado em último lugar a Camal e pai de Anio) começou relações com os Sefes, um povo rival que em tempos controlou grande parte da Península Ibérica tendo perdido território e poder para os Galaicos e Lusitanos.
Esta relação envenena o espírito deste chefe que se alia aos Sefes para reconquistar os antigos territórios perdidos. Este povo adora a deusa Ofiúsa e serve-se do poder desta para lançar a guerra por toda a Hispânia. Os seus primeiros rivais são os Estrímnios, o primeiro dos quatros povos a viver na Península Ibérica, contudo sem um espírito beligerante como os seus vizinhos sucumbiram e poucos povoados existem nos dias de hoje.
Anio e Camal não apoiando as escolhas da sua tribo revoltam-se mas juntos não tem força suficiente para lutar as comitivas dos Sefes. A sua revolta leva-os a fugir e nesta fuga encontram uma jóia cobiçada por todos os deuses e homens que a conhecem, pois nesta está contido o poder para reclamar a supremacia sobre tudo e todos.
Ofiúsa deseja e lança uma guerra onde Lusitanos e Galaicos terão de ser unir para vencer ou perecer...
Sem dúvida, uma história interessante mas soube a pouco, as personagens não foram nada desenvolvidas, parecendo estereótipos, e os poucos povos e deuses interessantes pouco destaque tiveram, acabando por serem um pano de fundo para a história.
Esta está focada principalmente nos movimentos das tropas, os combates e a guerra em geral, ou seja, um livro escrito para ser adorado pelos mais jovens.
Contudo encontra-se bem escrito e a premissa dos povos pré-romanos foi interessante, mas não me chegou.
Nota: 5,5/10 - Satisfaz Bastante
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Cinefilia (I)
sábado, 28 de agosto de 2010
Um Leão Chamado Christian
Autor: Anthony Bourke, John Rendall
Acho que posso dizer com toda a honestidade que são um amante do "mundo verde", em especial dos animais e se estes forem felinos torna-se num fascínio.
Por isso quando soube do fenómeno do YouTube fiquei comovido e não resisti à compra do livro o acompanhou. "Um Leão Chamado Christian" foi recentemente reeditado pelos seus autores que reviram alguns dos factos, acrescentaram outros tantos e houve ainda um aumento do número de fotografias presentes nesta obra.
Começa, assim, a história de Ace e John, australianos, que decidiram experimentar a nova Londres da sua época, quando por um feliz acaso visitaram os armazéns Harrods, famoso por disponibilizar aos seus clientes "tudo e mais alguma coisa", e encontraram uma cria de leão, Christian, como lhe chamaram.
O livro retrata todos os aspectos da vida dos três companheiros, a dificuldade inicial para encontrar um espaço para Christian viver, os problemas que resultam de ter um animal com instintos inatos selvagens, a mudança de locais devido ao seu crescimento e outros aspectos.
Os autores levantam algumas questões relacionados com o tráfico de animais exóticos e cuidados, em geral, para preservar a vida animal, o que a meu ver trazem muito para o livro. Referem, também, que a curiosidade das pessoas levava multidões até Christian e que eles mesmos, por algumas vezes, levaram-se pelo aspecto comercial.
Mais tarde o livro retrata a reintegração de Christian no mundo selvagem, no Quénia, por George Adamson. Esta é uma parte interessante do livro pois temos uma perspectiva única do mundo natural de Christian e o quanto este, apesar de ter sido criado longe dele, possui todos os instintos e compreensão necessários para sobreviver nele.
As fotografias presentes fazem metade do valor do livro, simplesmente enternecedoras, preciosas e divertidas. Um livro só com elas valeria a pena ser comprado!
Sem revelar muito mais, recomendo o livro, sem sombras de dúvida, a todas as idades.
Uma óptima leitura a qualquer momento.
Nota: 8/10 - Muito Bom
Abhorsen e os Hemisférios de Prata
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Lirael - A Rapariga do Glaciar
Depois de ter lido a Missão de Sabriel de Garth Nix, no princípio deste ano, descobri um novo conceito de fantasia, quero dizer com isto que o autor apresentou uma premissa bastante original e bastante bem desenvolvida. Na altura, um pequeno livro continha imensas aventuras de tal maneira condensadas que viajávamos a um ritmo alucinante, sem nunca perdermos o fio condutor da narrativa e esta parecer excessiva.
Voltei agora ao Mundo Antigo e Ancelstierre, passados catorze anos, desta vez pelos olhos de Lirael. Esta jovem é uma das Clayr, uma linha de sangue antigo abençoada (na maioria das vezes) com o dom da Visão, a capacidade de ver os múltiplos futuros do mundo.
Contudo Lirael simplesmente não consegue adaptar-se à vida no Glaciar das Clayr, uma vez que se encontra ainda sem o dom da Visão, desconhece a identidade do seu pai e a sua mãe há muito que abandonou o Glaciar sem deixar rastos a seguir.
É neste ambiente que a primeira de três partes do livro se desenrola. Conhecemos mais intimamente aquela que promete ser a personagem principal, descobrimos segredos nos confins da Biblioteca das Clayr, somos apresentados à Cadela Desavergonhada, um ser combinado da Magia da Carta e da Magia Livre e a melhor amiga de Lirael e muito mais.
Na segunda parte da história, dezoito anos depois dos acontecimentos do último livro, conhecemos Sameth príncipe do Reino Antigo, segundo filho de Sabriel e Touchstone. Assim, acompanhamos este jovem no seu percurso tanto em Ancelstierre e no Mundo Antigo, as ameaças que são inevitáveis à vida de um príncipe e o dilema da sua mente e coração. É que Sam trata-se do futuro Abhorsen, contudo o rio da Morte e tudo o que lhe é associado afligiu-lhe de tal maneira corpo e mente que não se consegue embrenhar nos estudos do Livro dos Mortos.
Ainda nesta segunda parte as vidas de Lirael e Sam cruzam-se para sempre enquanto os dois partem numa missão comum: resgatar Nick, antigo companheiro de Sam no colégio em Ancelstierre, das mãos do necromante Hedge. Este, um poderoso feiticeiro da Magia Livre encontra-se a desenterrar um terrível mal há muito esquecido que precisa, estranhamente, da ajuda de Nick.
Não me vou embrenhar mais na história uma vez que esta é bastante complexa, cheia de pequenas aventuras e detalhes a serem explorados pelo leitor.
Foco a brilhante maneira como Garth Nix desenvolve a viagem pela Morte, pelos seus recintos e portões; a Magia da Carta e a Magia Livre, duas faces da mesma moeda que podem conviver juntas e ainda os ingredientes que lança para a explicação final de tudo e todos.
Acrescento que tanto Mogget, um ser da Magia Livre sob a forma de um gato branco obrigado a servir a linhagem Abhorsen, como a Cadela Desavergonhada são personagens bastante interessantes que trazem muito à história.
De uma maneira geral, a escrita do autor continua condensada, mas muito bem redigida, capaz de em poucas páginas levar o leitor a viver um sem fim de aventuras. Também o desenvolvimento das personagens parece-me mais significativo, sendo Sam a minha personagem predilecta.
De notar a quantidade de erros que o livro apresenta, sem dúvida que a revisão poderia ter sido melhor, mas nada que impeça a leitura. Um óptimo livro no final que deu horas de alegria.
Nota: 8/10 - Muito Bom
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Cavalheiros da Estrada
Foi assim que descobri o autor, Michael Chabon, muito agraciado pela crítica e vencedor de diversos prémios, a capa chama a atenção para o Prémio Pulitzer, ganho pelo autor em 2001 por outro dos seus livros.
Com bastantes expectativas entro nos mundos de Chabon e somos levados para os montes do Cáucaso por volta de 950 a.C., onde conhecemos Zelikman e Amram. O primeiro é um médico, amante de chapéus incomuns, com um humor melancólico e dotado de introspecções negras; por outro lado, Amram é um feroz guerreiro, que serviu em numerosos exércitos e impérios, sempre acompanhado do seu feroz machado de guerra, o Violador da Tua Mãe.
São estas personagens que acompanhamos neste livro, numa das suas aventuras para restaurar o trono do jovem irmão de Filaq que conheceram depois de se terem metido em sarilhos numa pousada local. Ao longo do livro a história desenvolve-se, conhecemos novas personagens e locais, participamos em combates e observamos a intersecção de histórias e personagens.
Apesar de ter uma óptima premissa, o livro peca em múltiplos aspectos. A meu ver a maioria das personagens parecem estereotipadas, excepto Zelinkman, e não há desenvolvimento por parte destas, pelo que, as suas acções são previsíveis e não permite a exploração do passado destas, que certamente traria uma nova perspectiva sobre a história e as atitudes das personagens, para não falar que permitiria ao livro tornar-se mais original.
Outro entrave à história foi o contexto histórico-geográfico da época aliado a uma série de expressões características dos locais da acção. Como leitor não tinha conhecimentos suficientes para apreciar esta pesquisa por parte do leitor e o que valeu foi o mapa inicial que dissipou algumas dúvidas. Teria preferido mais notas de rodapé, ou até uma pequena introdução à época, como alguns autores fazem.
Claro, que tenho perfeita noção que este entrave trata-se mais de uma falha da minha parte do que do autor e que certos leitores com conhecimentos da época apreciariam melhor o livro.
Em termos de escrita o leitor serve-se de parágrafos longos e neles consegue partir de um único assunto e explorar uma série de outros temas, servindo-se muito bem da sinonímia e antonímia das palavras nas suas descrições. Ao princípio pareceu confuso, pois havia termos que confundiam, mas rapidamente entende-se o propósito do autor e a leitura avança.
Apesar de tudo, foi um livro de que gostei com algumas situações engraçadas e interessantes!
Nota: 6/10 - Satisfaz Bastante
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
O Diário de um Mago
Autor: Paulo Coelho
Editora: Pergaminho
Páginas: 288
ISBN13: 978-972-711-984-4
Paulo Coelho é um famoso autor, tanto nacionalmente como internacionalmente, contudo até há data nunca li nada deste senhor. Assim, aproveitando esta edição comemorativa do seu primeiro livro, "O Diário de um Mago", resolvi partir à descoberta da escrita que encantou muitos.
Desde o início ficou a dúvida se esta trata-se, ou não, de uma histórica verídica, se de facto Paulo Coelho percorreu o famoso caminho de Santiago de Compostela, acompanhado de um guia?!
Penso que sim, a veracidade do relato leva-me a crer que, de facto, o autor percorreu todos os quilómetros daquele estranho trilho. As razões, contudo que levaram-no a palmilhar uma das rotas religiosas mais antigas do mundo deixaram-me com certas dúvidas...
O livro é carregado de uma atmosfera mística, uma vez que a nossa personagem larga a sua vida quotidiana para procurar pela "sua espada", quando perdeu esta mesma na sua consagração na ordem da Tradição como Mago. Alia-se, então, a Petrus, o seu guia pelo caminho e juntos vão descobrir o caminho "das pessoas comuns" partilhando um sem número de emoções e afectos.
Petrus ensina a Paulo as práticas de RAM, exercícios com o intuito de levar as pessoas a compreender o mundo que os rodeia, descobrir dimensões que escapam aos olhos de outros passam escondidas, reaprender a viver com humildade, sem receios com vista a deixarmos os males da sociedade para trás.
Para mim são estas práticas descritas com pormenores em quase todos os capítulos do livro, aliadas a factos históricos reais que fazem a leitura do livro valer a pena. Conseguem ser originais e atractivas, apesar de algumas impraticáveis (no sentido de não obtermos a resposta desejada) e são elas que permitem a Paulo sobreviver no "Bom Combate" que se advinha na vida dele.
Dito isto, trata-se de um livro bastante esotérico, com algumas situações que achei pouco reais e estranhas para o tipo de livro. Quero dizer com isto, que a acção de algumas personagens pareceu por vezes retrógrada e suponho que para outros até podiam ser ofensivas.
Nada que na minha opinião afecte a leitura e o principal objectivo da história. No fim ficou a sensação que podia ter sido melhor explorado esta ordem da Tradição e que certas conclusões finais não fossem tão banais.
Trata-se de um livro bom, não esquecendo que se trata do primeiro livro que o autor publicou. Um bom começo para uma carreira que deslumbrou o mundo. Fica para ler "O Alquimista" ainda nas prateleiras.
Nota: 7/10 - Bom
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
A Sombra do Vento
Título Original: La Sombra del Viento
Editora: Dom Quixote
Páginas: 512
ISBN13: 978-972-20-323-8
Tradutor: J. Teixeira de Aguilar
Sinopse: "A Sombra do Vento" é um mistério literário passado na Barcelona da primeira metade do século XX, desde os últimos esplendores do Modernismo até às trevas do pós-guerra. Um inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, num crescendo de suspense que se mantém até à última página.
Numa manhã de 1945, um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: O Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona. Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo eco se projecta através do tempo.
Não foi a primeira vez que peguei neste livro, no entanto a leitura deste não se desenvolveu por aí além. Contudo, desta vez peguei determinado no livro e se no início tive alguns receios, passadas poucas páginas comecei a ler com gosto as maravilhosas palavras de Carlos Ruiz Záfon.
Foi, assim, que numa segunda tentativa abandonei Portugal e 2010 para me embrenhar em Barcelona e na após guerra civil. Neste ambiente terrífico, perturbador envolvido em medo conhecemos o jovem Daniel Sempere e o seu pai, que juntos trabalham na livraria da família. Com uma escrita espantosa e única conhecemos pelos olhos de Daniel os recantos de Barcelona e passeamos pelas avenidas e ruas que, sem darmos por isso, vão-nos transportar aos poucos para uma história que, à primeira vista, nos parece secundária.
É-nos dado a conhecer o Cemitério dos Livros Esquecidos e nele Daniel encontra "A Sombra do Vento", um livro de Julián Carax. Sem muito mais que possa dizer, o autor envolve-nos nesta mística cidade com personagens muito bem retratadas e que aos poucos conquistam o nosso coração. Uma escrita que encanta, neste primeiro livro do autor dirigido ao público adulto, que permanece muito depois da última folha ter sido virada e este ter sido devolvido às prateleiras.
Recomendo vivamente a sua leitura e aconselho uma pequena pesquisa sobre a guerra civil espanhola e os anos após esta o que irá permitir um melhor entendimento geral do retrato que o autor faz da sociedade desta época. Claro que não são precisos conhecimentos muito específicos ou minuciosos, uma vez que a história desenrola-se por si. Gostei imenso!
Nota: 9/10 - Excelente
domingo, 1 de agosto de 2010
A Demanda do Visionário
Autor: Robin Hobb
Título Original: Assassin's Quest (2ª Metade)
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 480
ISBN13: 978-989-637-238-5
Tradutor: Jorge Candeias
Fitz sabe que a única forma de por fim ao reinado do príncipe usurpador é iniciar uma demanda em direcção ao reino das Montanhas onde irá descobrir a verdade sobre as profecias do Bobo. Mas a sua missão enfrenta um novo perigo com a magia do Talento a precipitar a sua alma para a beira do abismo.
Conseguirá resistir à magia e ainda enfrentar os obstáculos que surgem à sua demanda?
segunda-feira, 26 de julho de 2010
O segredo do Bosque Velho
Autor: Dino Buzzati